Mainnav

Metrus prepara reorganização na carteira de fundos multimercados

Alexandra Leonello Granado MetrusO Metrus, o fundo de pensão dos funcionários do Metrô paulistano, quer reorganizar sua carteira de multimercados, o que deve incluir troca de gestores e revisão das teses de investimento. A entidade opera com cinco multimercados, dos quais quatro apresentaram números positivos no ano passado, embora tímidos, e um deles não conseguiu atingir nem esse mínimo aceitável. Além disso, os cinco seguem estratégias macro muito semelhantes, o que justifica uma necessidade de ajuste.
A reorganização poderá contemplar trocas de gestores e aportes em fundos com outras teses de investimento. Uma opção que desperta o interesse da entidade são multimercados com maior exposição à renda variável global. Quaisquer que sejam as decisões, a intenção é manter a participação dessa classe de fundos ao redor de 4% e 5,8% do total nos planos I e II, que somam, cada um, cerca de R$ 1,38 bilhão. “Pretendemos iniciar as mudanças ainda no primeiro semestre. A ideia é apostar na diversificação, que garantiu bons resultados aos Metrus nos últimos anos”, diz a diretora-presidente Alexandra Leonello Granado.
A decisão de mudar foi tomada após a perda de 2,01% e 2,07% que os multimercados levaram aos planos I (Benefício Definido) e II (Contribuição Variável), respectivamente, em 2020. Em razão disso, os dois planos rentabilizaram em 10,14% e 8,93% no último exercício, sem conseguir superar suas metas atuarias de 10,61% e 10,50%.

Imobiliários - Os investimentos em fundos imobiliários (FIIs) também estão sendo submetidos a uma revisão. O processo teve início há dois anos, com o gradual resgate de cotas de veículos ancorados em poucos ativos, no nicho de escritórios, ou em centrais logísticas voltadas a empresas de menor porte. No momento, as aplicações da entidade na área se resumem a dois fundos, com viés de queda. “Estamos prestes a sair de um deles e aguardamos o IPO do outro, que conta com dois galpões logísticos interligados no interior de São Paulo, para zerar essas posições”, conta Keite Bianconi, diretora de investimentos da entidade.
A nova carteira de fundos imobiliários, que começa a ser montada neste ano, será mais diversificada. A intenção é aplicar em fundos de fundos imobiliários, fundos de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e outras estratégias menos convencionais. Uma opção a ser considerada são fundos lastreados em shopping centers, segmento que, na visão de Keite, tende a retomar o vigor a médio prazo, com a progressiva vacinação da população contra a Covid-19. “Em razão dos ajustes em curso, as carteiras imobiliárias dos planos I e II encolheram para 4,19% e 1,97% dos ativos totais. A após a recomposição, contudo, elas devem subir para algo em torno de 5% ou 6%”, diz a executiva.
O estoque de investimentos diretos em imóveis, da mesma forma, vem sofrendo mudanças nos últimos anos. A fundação, que detém participações de 15% e 5% nos shoppings Metrô Itaquera e Metrô Boulevard Tatuapé, em São Paulo, alienou em 2019 a sua fatia no Plaza Sul Shopping, também na capital paulista, e espera fazer o mesmo, em breve, com as suas duas torres residenciais no Condomínio Panamby, na zona sul da cidade. “O empreendimento, no qual detemos 52 unidades, deve ser concluído até março de 2022. Como o mercado imobiliário anda bem aquecido, estamos otimistas”.