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Prevcom-SP fecha 2022 com rentabilidade de 8,68%, aquém da meta

Francis NascimentoPrevcom SPCom rentabilidade consolidada de 0,54% no mês de dezembro e resultado acumulado positivo de 8,68% no ano, a Prevcom-SP (Fundação de Previdência Complementar do Estado de São Paulo) fechou 2022 abaixo de sua meta de IPCA mais 4% ao ano, equivalente a 10,02% no período, informa Francis Nascimento, diretora de investimentos.
A política de investimentos da entidade para 2023 reflete uma diretriz essencialmente conservadora, com 92% dos recursos totais de R$ 2,58 bilhões alocados atualmente na renda fixa – 77% em renda fixa pura e 15% em fundos estruturados (entre multimercados e FIPs). “Iniciamos o ano com uma cabeça bem conservadora e em outubro passado já havíamos reduzido em 50% as nossas posições no exterior, além de termos deixado de aumentar a renda variável, então essa classe vem se reduzindo gradualmente”, explica. Pouco mais de um ano atrás, em dezembro de 2021, a entidade mantinha 16% de seus ativos aplicados entre renda variável e exterior.
Neste início de 2023, a Prevcom avalia que deverá sofrer impacto reduzido da crise que derrubou os papéis da varejista Americanas no Ibovespa, em torno de 0,1% de sua carteira de investimentos. “Deve ficar em torno disso porque temos posições apenas indiretas e pequenas nesse papel, parte delas distribuídas em dois fundos de crédito e o restante no nosso único fundo de ações que carregava essas ações, mas ainda estamos avaliando o impacto efetivo”, observa. “Não podemos dizer que estamos tranquilos porque nenhum investidor quer perder nada, mas não realizamos essa perda porque não nos desfizemos dessas posições e continuamos a monitorar os gestores dos fundos nesse sentido”, afirma.
Os principais reflexos desse episódio sem precedentes, que levou a gigante do varejo a acumular dívida estimada em R$ 40 bilhões junto aos bancos, virão do aprendizado do mercado daqui por diante, acredita a diretora. “A começar pelos analistas, que já perceberam a necessidade de ter um olhar mais amplo sobre os balancetes e incluir em suas análises o tipo de números que não foram acompanhados nesse caso, enquanto os processos de auditoria precisarão ser revistos para ir mais fundo nos detalhes. Como os auditores não viram o que acontecia?”, questiona.
Para os investidores institucionais, resta a percepção de que será preciso pulverizar cada vez mais as carteiras de ações e fugir da concentração em determinados papéis. As ações da Americanas compõem o Ibovespa e eram classificadas como papéis triple A, o que tornou inviável estar investido em fundos que seguem o índice sem ter essas ações, mas será preciso diversificar cada vez mais as carteiras. “A contratação da nova diretora financeira da companhia, Camille Faria, foi bem recebida pelo mercado, mas o papel continua em queda na bolsa. A executiva terá que renegociar muita coisa e isso não permite que sejamos otimistas em relação à empresa por enquanto”, conclui.