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Funcef reestrutura carteira imobiliária com a venda de 36 imóveis

Alenir Romanello1FuncefA Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, já vendeu um total de 36 imóveis desde que seu Plano de Desinvestimento de Imóveis (PDI) foi aprovado pelo Conselho Deliberativo em 2021. O plano previa a venda de 94 imóveis, que representavam na época pouco mais de 50% da sua carteira imobiliária.
Além do objetivo óbvio de adequar a carteira imobiliária da entidade às determinações da Resolução 4.664, que especifica que os fundos de pensão devem livrar-se de seus imóveis físicos até o ano de 2030, a decisão visava também usar os recursos provenientes da venda desses bens para alocar em títulos públicos de longo prazo, com previsão de retornos acima da meta atuarial, as chamadas NTN-B longas.
Além disso, na ponta do portfólio imobiliário, a “desimobilização” promovia uma salutar reestruturação da carteira. “O objetivo foi concentrar os investimentos, então pulverizados, em regiões com economia mais dinâmica e em imóveis com valores e expectativa de retorno maiores”, diz a diretora de investimentos da entidade, Alenir Romanello.
Das 36 vendas imobiliárias já realizadas, 15 foram fechadas nos últimos 15 meses, representando um reforço de R$ 221 milhões para o caixa da fundação e trazendo ganhos de 7% em relação ao valor de avaliação dos bens e de 7,34% em relação ao seu valor contábil. A última alienação aconteceu em fevereiro deste ano e envolveu uma participação de 30% que a entidade detinha no Shopping Bougainville, em Goiânia (GO), com ganho contábil de 3,42%.
Essa última alienação, embora seja a mais recente, não foi a mais relevante. A operação mais relevante foi a venda do River Shopping, em Petrolina (PE), pelo montante de R$ 114 milhões. Em seguida vieram outras 11 alienações, de imóveis de varejo, que somaram R$ 90,6 milhões.
Segundo a Funcef, o movimento de “desimobilização” contribuiu para a melhoria da relação risco-retorno da carteira imobiliária da fundação. “As operações se mostraram oportunas, contribuindo de forma relevante para o resultado da carteira imobiliária dos últimos anos”, avaliou o gerente de ativos imobiliários da fundação, Fabiano Nogueira. “A Fundação reduziu o risco de fazer aportes para reposicionar no mercado alguns imóveis antigos, sem perspectivas robustas de retornos compatíveis com as metas dos planos.”
Para selecionar os imóveis para desinvestimento, a equipe técnica da Funcef considerou uma série de fatores, como cenário econômico, segmento do imóvel, localização, tipologia, perspectivas de retorno, liquidez e outros aspectos relevantes e particulares de cada imóvel, dentro de uma matriz de risco e retorno condizente com o perfil de investimentos da entidade e os Planos de Benefícios que os imóveis estão inseridos, individualmente.