Mainnav

Diretor financeiro da Cemig é indicado à presidência da Forluz

forluzA Cemig está indicando o nome de Leonardo George de Magalhães para a presidência da Forluz, o fundo de pensão dos funcionários da empresa, em substituição a Ronalde Xavier Moreira Júnior que deixa a função na próxima segunda-feira (25/22), após pouco mais de três anos de exercício. Magalhães chega à entidade após 21 anos de atuação em diversas áreas da patrocinadora, incluindo contabilidade, controladoria e financeira, sendo o seu último cargo o de diretor financeiro e de relações com investidores, que ocupou nos últimos cinco anos –assume em seu lugar a executiva Andrea Almeida, ex-Petrobras (2019-2021) e ex-Santander (2021-2024).
Especula-se que a indicação de Magalhães para o comando do fundo de pensão tenha a ver com a questão do equacionamento do déficit do Plano A da entidade, cujo valor próximo a R$ 2 bilhões foi imputado à patrocinadora, em novembro do ano passado, por decisão unânime do Conselho Deliberativo da entidade. A Cemig não aceitou a decisão.
Desde então o tema está em análise pela Câmara de Mediação, Conciliação e Arbitragem da Previc. O imbróglio remonta a 1997, quando a Forluz extinguiu o seu plano de Benefício Definido (BD) e criou, em seu lugar, dois outros planos, denominados A e B, com a Cemig assumindo na ocasião a responsabilidade por eventuais déficits futuros do primeiro. Entretanto, alguns anos depois, a Previc, brandindo a lei complementar 108, de 2001, invalidou o acordo considerando que o mesmo feria a lei, que estabelece que eventuais déficits de planos de benefícios patrocinados por estatais devem ser divididos paritariamente entre patrocinador e participantes. Desde então a questão segue em litígio, com participantes defendendo a validade do acordo de 1997 e a patrocinadora a sua nulidade.
A indicação de Magalhães para a presidência da Forluz ocorre num momento em que a Cemig está sendo objeto de várias tentativas de negociação por parte do governo de Romeu Zema (Novo-MG), que vão desde sua federalização até uma eventual privatização. Em qualquer dessas alternativas, uma solução favorável à patrocinadora num déficit de quase R$ 2 bilhões de seu fundo de pensão ajudaria bastante nas negociações, seja no caso de uma operação com o Ministério da Fazenda para uma federalização ou com o mercado para uma privatização.
A indicação de Magalhães para a presidência da fundação será analisada em reunião do seu Conselho Deliberativo marcada para o dia 2 de dezembro. Entre a saída de Moreira Júnior e a nomeação de Magalhães, a presidência da entidade será exercida, interinamente, pelo diretor de investimentos, Emílio Cáfaro.