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Grid Investimentos aposta em um novo ciclo de renda variável

Priscila NavarroGridA Grid Investimentos, distribuidora de fundos junto ao segmento de Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), está se preparando para um rally que espera deva ocorrer nos próximos meses nas estratégias de renda variável. Como a maioria dos RPPS concentraram suas alocações em títulos públicos nos últimos três anos, em busca de rentabilidade e estabilidade para as carteiras, a previsível queda da taxa de juros que se avizinha deve redirecioná-los, em massa, para essa rota de mais risco que poderá recompor a rentabilidade das carteiras. “Quem deixar para entrar em ações na última hora vai perder o momento de preços baixos que ainda existe”, diz Priscila Navarro, CEO da distribuidora.
Ela assumiu o comando da empresa em fevereiro deste ano, após a “Operação Imprevidentes”, deflagrada pelo Ministério Público Federal, ter envolvido o nome do seu ex-presidente num suposto esquema de corrupção ocorrido no regime próprio do Distrito Federal, o Iprev. Segundo dados do MPF divulgados à época, gestores do instituto teriam recebido vantagens indevidas por parte do ex-presidente da Grid para favorecer os fundos distribuídos pela empresa. A distribuidora nega qualquer envolvimento e afirma que, até o momento, “não sofreu absolutamente nenhum tipo de investigação ou denúncia por parte da Justiça”. Segundo a Grid, o ex-presidente vendeu sua participação aos outros sócios e se afastou “para se concentrar na prestação dos esclarecimentos necessários junto às autoridades competentes”.
Navarro, que diz preferir não falar sobre o episódio, comprou a maior parte das ações de Rivaldo Ferreira e assumiu o controle acionário e a presidência da empresa. “É um episódio que ficou para trás, o antigo controlador está lutando a fim de confirmar a legalidade dos seus atos”, diz. “Nossa batalha aqui é para ajudar os RPPS, que são nossos clientes, a entrar na renda variável antes dessa rally que se aproxima”.
A casa distribui fundos de gestores conhecidos na área de renda variável, como Brasil Plural, Claritas, Icatu Vanguarda, Constância e Occan. Dos 124 institutos previdenciários que atende, espalhados por 16 estados brasileiros, a grande maioria já está se preparando para alocar em fundos de ações, se antecipando ao rally que deve vir quando as taxas de juros efetivamente caírem a 9% ou 9,5% no ano que vem. “A compra de títulos públicos foi importante para esses institutos, a grande maioria deles está batendo metas atuariais graças à esses papéis comprados nos últimos anos e marcados, quase sempre, na curva”, explica Navarro. “Mas a hora de mudar de pé está chegando. Não dá prá esperar os juros caírem para, só então, começar a comprar renda variável. Tem que ir comprando aos poucos”.
Com R$ 3 bilhões em recursos distribuídos, a Grid é uma das maiores distribuidoras de fundos de renda variável para o segmento de regimes próprios, com algo como 10% do total do segmento. Atualmente a empresa conta com uma estrutura de 15 pessoas, das quais sete estão na área de relacionamento comercial e cinco na área administrativa e de compliance. “Somos um time jovem, contamos com isso para aproveitar o novo ciclo de renda variável que se aproxima, que permitirá expandir nosso volume de recursos distribuídos”, diz Navarro. Ela, entretanto, prefere não cravar uma meta de expansão.