A Confederação Nacional de MunicÃpios (CNM) reagiu na última quinta-feira (28/3) ao Projeto de Lei 1027, que fixa em 14% a alÃquota previdenciária dos municÃpios com menos de 50 mil habitantes já em 2024, com um escalonamento de mais 2% a cada ano até atingir 20% em 2027. A CNM quer a volta da Lei 14.784, de dezembro de 2023, que estabelecia a alÃquota de 8% para os municÃpios, mas com algumas modificações, começando com essa alÃquota de 8% em 2024 e seguindo um escalonamento de 2% a cada ano para atingir 14% em 2027. Além disso, a entidade quer que a lei tenha abrangência para todos os municÃpios e não apenas para aqueles com até 156,2 mil habitantes.
O governo havia vetado Lei 14.784 e publicado, ao final de fevereiro deste ano, uma medida provisória, a MP 1208, retornando a alÃquota de 20% para todos os municÃpios já neste ano. Mas numa solução negociada com o Congresso o governo retira essa MP e propôs na última quinta-feira (27/3), através do PL 1027 apresentado pelos deputados petistas José Guimarães e Odair Cunha PL, recompor a alÃquota de 20% gradualmente, partindo do piso de 14% para chegar ao teto de 20% só em 2027.
A proposta da CMN quer partir de um piso de 8% para atingir o teto de 14% em 2027. A proposta da CNM também expande a abrangência da lei a todos os municÃpios, não apenas para aqueles abaixo de 50 mil habitantes como quer o PL dos deputados petistas ou para aqueles com menos de 156,2 mil habitantes como propunha a Lei 14.784 originalmente.
A CMN também reivindica: 1) parcelamento especial das dÃvidas dos MunicÃpios junto ao RGPS e aos respectivos Regime Próprio da Previdência Social (RPPS); 2) novo modelo de quitação de precatórios pelos MunicÃpios; 3) equiparação das regras de benefÃcios dos RPPS municipais à s da União; 4) solução de impasses interpretativos da legislação de aporte e monetização de ativos para o equacionamento do déficit atuarial dos RPPS e acerca da contribuição para o Pasep; 5) medidas compensatórias para a União referentes à melhoria da qualidade do gasto na seguridade social, bem como maior eficiência em gastos tributários.
Em relação à terceira reivindicação, a CNM quer que os municÃpios tenham regras de benefÃcios iguais à s da União, exceto se, para equacionar seus déficits, necessitarem implantar regras mais rigorosas. Segundo a entidade, isso reduziria o déficit atuarial dos RPPS municipais em 45%, ou seja, R$ 308,5 bilhões, beneficiando 1.632 MunicÃpios. Segundo a entidade, apenas 32% dos municÃpios já implementaram a reforma de seus regimes previdenciários, adequando os à Emenda Constitucional 103.
Em relação à quarta reivindicação, a CNM quer que a Receita Federal deixe de cobrar Pasep das entidades gestoras de RPPS municipais, uma vez que esses recursos ingressam no fundo especial previdenciário mas não pertencem às entidades gestoras. Logo, não há que se falar em tributação do Pasep. A CMN quer que o Pasep não incida sobre as receitas dos fundos de natureza previdenciária, mas apenas sobre a taxa de administração.