O banco Safra fechou acordo com a Administradora Fortaleza, no valor de R$1,03 bilhão, passando a deter o controle do grupo financeiro Alfa. A Administradora Fortaleza é a estrutura pela qual as filhas do banqueiro Aloysio Faria, falecido 2020, exerciam o controle do grupo Alfa.
O grupo Alfa tem raízes, indiretamente, em 1925, quando o pai de Aloysio Faria criou o Banco da Lavoura de Minas Gerais, renomeado para Banco Real na década de 1970 após a morte de seu pai. Em 1998 ele vende o Real ao holandês ABN Amro e logo em seguida dá início a um novo grupo financeiro, que denominou Alfa, um acrônimo formado pelas iniciais do seu próprio nome e sobrenome e também uma referência à constelação Alpha Centauro, o sistema estelar mais próximo do Sistema Solar, pela qual sempre foi fascinado.
Em pouco tempo o grupo Alfa consolidou-se com uma casa com atuação em corporate, private banking e wealth management, além de gestão de recursos e seguros. Nos últimos 20 anos, várias instituições tentaram comprar o grupo, mas sem sucesso.
A compra pelo banco Safra, de perfil bastante conservador como o Alfa, faz sentido. Fundado por Joseph Safra (falecido em dezembro de 2020), o Safra possui patrimônio líquido de R$ 15,5 bilhões, total de ativos de R$ 270 bilhões e recursos captados e administrados de R$ 300 bilhões. Possui 10,5 mil colaboradores e atuação nos segmentos pessoa física e jurídica.
Para David Safra, “a transação é um marco na história do banco no Brasil. Serão beneficiados clientes, funcionários e acionistas do conglomerado financeiro Alfa e do banco Safra. Compartilhamos valores, visão de longo prazo e paixão por trabalhar, isso nos dá enorme confiança na sintonia e sucesso dessa operação”.
Segundo Fábio Amorosino, CEO do grupo Alfa, “é uma transação histórica no mercado financeiro brasileiro. Temos a convicção de que a operação entre os dois bancos seculares, fruto de trajetórias empreendedoras de sucesso e baseados em valores comuns, potencializará a qualidade, perenidade e excelência que sempre oferecemos aos nossos clientes e colaboradores”,
A operação contou com as assessorias financeira e legal da Rothschild & Co e Mattos Filho pelo lado do Alfa e do J.Safra Investment Banking e Pinheiro Neto Advogados pelo lado do Safra, respectivamente.