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Economistas projetam Selic em 12,25% em janeiro, após três altas

fernando honoratoO Grupo Consultivo Macroeconômico Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgou nota nesta segunda feira projetando três altas seguidas na Selic, subindo a taxa para 12,25% em janeiro do ano que vem. Na avaliação dos economistas, que se reúnem em média a cada 45 dias para avaliar a conjuntura econômica, o Copom deve aumentar a Selic em 0,50 ponto percentual na reunião desta semana e mais 0,50 pp em dezembro, atingindo 11,75% em 2024. O grupo projeta uma última alta de 0,50 pp na reunião do Copom de janeiro de 2025, elevando a taxa para 12,25%.
Para o final do próximo ano, a mediana das expectativas do grupo indica que a Selic ficará em 11,25%, com a trajetória de queda começando no segundo semestre. "O Banco Central deve promover mais três elevações de juros antes de estabilizar a Selic. A política monetária deve seguir apertada até o ano que vem e a expectativa é que, com menor impulso fiscal, haja redução no dinamismo do PIB e uma inflação mais controlada. Esperamos que, a partir de julho de 2025, haja espaço para um ajuste gradual nos juros para baixo”, afirma coordenador do grupo e também economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa.
A previsão do grupo para o IPCA ao final de 2024 foi revisada de 4,3% para 4,6%, e para o final de 2025 de 3,8% para 4%, refletindo um cenário desafiador de inflação ainda acima da meta.
As projeções para o crescimento do PIB também foram ajustadas, passando de 3% para 3,1% neste ano e de 1,90% para 1,98% em 2025.
No câmbio, a estimativa para o dólar do final deste ano passou de R$ 5,40 para R$ 5,50, mesma projeção para o final de 2025. Falando do cenário externo, Honorato explica que “é preciso aguardar o resultado das eleições americanas para compreender as implicações econômicas no curto prazo, mas certamente esperamos impactos nos mercados emergentes, incluindo o Brasil”.
A previsão do grupo sobre a política fiscal é que a dívida bruta do setor público passará de 77,6% para 78% do PIB em 2024, e de 80,9% para 81,6% em 2025.