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Fundos hedge só querem esquecer 2018

Os fundos hedge ficaram devendo aos investidores em 2018. De um universo de 450 fundos de gestores globais monitorados pelo grupo de investimentos alternativos do HSBC, somente 16 apresentaram resultados positivos no ano passado informa reportagem do jornal britânico Financial Times. O pior desempenho na listagem foi obtido pelo Trias L/S, da asset suíça Entrepreneur Partners, que acusou perda de 26,9% na última temporada. “O ano de 2018 foi difícil para os gestores que conduzem estratégias de hedge de compras ou a descoberto para ações europeias em geralâ€, comentou a gestora, que tem sede em Zurique.

Gigantes como GAM, Schroders e BlackRock também não escaparam do vermelho, segundo a mesma reportagem. O Systematic Cantab, administrado pela suíça GAM, relatou perda de 23,1% no ano passado, enquanto o fundo da gestora focado em macro teve queda de 13%. “2018 foi um ano desafiador, mas não um ano que nos levasse a questionar se a dinâmica do mercado mudou. Estratégias centradas em tendências incluem a expectativa de prejuízo nos pontos de reversão de preços e a compensação por assumir esse risco é a capacidade de ter um desempenho positivo em momentos prolongados de aversão a riscos ou de mercados em baixaâ€, diz Anthony Lawler, chefe do GAM Systematic.

A BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, registou encolhimento de 19,9% no seu fundo BSF European Diversified Equity Absolute Return. Segundo a empresa americana, a elevação de juros nos Estados Unidos, as tensões comerciais e a imprecisão do final do ciclo do mercado atual ocasionaram um rendimento abaixo do esperado para as empresas exportadoras.

De acordo com levantamento da consultoria eVestment, a indústria global de fundos hedge acusou retração de 4,86% no último ano. Trata-se do terceiro pior desempenho registrado pela pesquisa neste século, superado apenas pelos índices de 2011 (- 4,99%) e de 2008 (15,75%), período marcado pela eclosão, nos Estados Unidos, da crise financeira que abalou o planeta.