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Com demora na reforma, corte da Selic deve ocorrer apenas no fim do ano

A decisão pela manutenção da taxa Selic em 6,5% ao ano, divulgada há pouco pelo Copom, "reforçou a leitura de atividade econômica decepcionante e sugere que não tem havido ganho de tração este ano", afirma Rafael Cardoso, economista da Daycoval Asset Management.
Cardoso destaca que, no comunicado do Banco Central, há uma menção adicional sobre a avaliação da economia no curto prazo, ressaltando a questão da incerteza - aspecto não mencionado no comunicado da reunião anterior. "Esta comunicação talvez esteja se referindo à Reforma da Previdência, ou seja, à aprovação da reforma que geraria a redução do grau de incerteza. Se for este o caso, o corte de juros fica condicionado ao andamento da reforma", avalia. "Minha surpresa ficou pela ausência de comentários sobre a inflação na margem que tem sofrido choques significativos", acrescenta Cardoso.
"O possível link entre corte de juros e reforma da previdência pode postergar uma ação do BC mesmo sendo respaldado por dados de inflação, expectativa e atividade", afirma o economista. "De qualquer forma, continuo vendo cortes de juros este ano, dado que acredito que a reforma deva andar, com Selic em 5,5% em dezembro", reforça Cardoso, ressaltando que, uma vez condicionado à reforma da previdência, provavelmente, o início do corte de juros fique para o final do terceiro trimestre.