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Mercado acredita em novos cortes na Selic devido ao coronavírus

É crescente no mercado a crença de que a recente redução dos juros básicos na Austrália e nos Estados Unidos, na tentativa de conter os estragos causados à economia global pelo surto do coronavírus, poderá ser seguida pelo Brasil. Na avaliação do diretor de investimentos de uma grande asset privada, os ajustes efetuados pelas autoridades monetárias australiana e estado-unidense, que tendem a ser replicados em outros países desenvolvidos, ofereceram ao Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) justificativas mais do que plausíveis para combater os efeitos da epidemia surgida na China e, também, tentar reverter os sinais de um desaquecimento no plano doméstico surgidos em dezembro, casos do recuo de 0,1% nas vendas do comércio, que interrompeu um ciclo de sete altas consecutivas, e da queda de 0,7% na produção industrial. “Não ficarei surpreso se o Copom cortar a Selic já em sua próxima reunião, na segunda quinzena deste mês, ou na seguinte, em maio”, diz o executivo.

Tal hipótese também é considerada por Luiz Eduardo Portella, sócio e gestor da Novus Capital. Tudo dependerá, em sua análise, das incertezas geradas pelo coronavírus nos mercado nos mercados ao redor do planeta. “Se o pânico diminuir e as economias global e local retomarem o crescimento, talvez a redução da Selic não seja necessária”, comenta. “Caso contrário, acreditamos que o Copom tem condições de reduzir a taxa de juros para até 3,25% ao ano.”