Mainnav

Para Shroders, interesse de institucionais por ESG vai crescer

Daniel celanoNo Brasil, a principal demanda por ativos que levam em conta os aspectos de responsabilidade ambiental, social e de governança (ESG na sigla em inglês ou ASG em português) ainda vem das plataformas de investimentos, mas o apetite dos fundos de pensão e RPPS por esses produtos em 2020 indica que o tema passou a ser uma prioridade também para eles, analisa o country head da Schroders no Brasil, Daniel Celano. “A crise deste ano apenas evidenciou ainda mais que as empresas com melhor abordagem de práticas sustentáveis acabam entregando melhores resultados, têm menor custo de capital e apresentam menor risco de cauda”, diz.
A casa, que conta com um time global de mais de cem analistas e 22 especialistas no tema, trouxe para o país em julho o primeiro produto na concepção mais radical nessa direção, o Schroders ISF Global Sustainable Growth, um fundo 100% ESG. A carteira, composta por ações globais de sustentabilidade, combina a atratividade do investimento no exterior com a do ESG e pretende capturar corações e mentes de EFPC e RPPS. Até 30 de setembro o patrimônio local somava R$ 10 milhões, contra US$ 909 milhões até o final de setembro a nível global.
Segundo números da Anbima, as carteiras de ações com critérios sustentáveis têm crescido no mesmo ritmo em que essa categoria avança lá fora, com um incremento em torno de 29% em um ano até junho. Mas os volumes aqui ainda são pequenos, num total de R$ 543 milhões em junho, ou algo em torno de 1% do patrimônio da indústria de fundos contra 36% no mundo.
O Schroders ISF Global Sustainable Growth tem foco na performance das empresas a longo prazo e usa ferramentas proprietárias para analisar o grau de sustentabilidade das empresas e ainda posicionar essa análise em contexto com seus concorrentes em temas cruciais, como o da emissão de carbono, por exemplo. Além da abordagem mais radical, a gestora usa em seus produtos duas outras estratégias com níveis diferenciados de inclusão desses critérios, seja a partir de filtros negativos ou em produtos que integram conceitos ESG.
No mercado global, a casa já mantém dez produtos 100% ESG e usa sua equipe para garimpar e avaliar informações que ultrapassam os relatórios das companhias. No Brasil, a Schroders também ampliou seu trabalho de divulgação do tema junto aos clientes institucionais.