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FIIs ganham com variação do IGP-M

Turbinados pela disparada na variação do IGP-M e seu impacto positivo sobre os contratos de compra e venda de imóveis, alguns Fundos de Investimento Imobiliário que investem em recebíveis com maior exposição a esse índice conseguiram entregar desempenho até 30% ou 40% acima do valor patrimonial. Ao mesmo tempo, o aumento da demanda das pessoas físicas pelos FII contribuiu para alavancar a valorização das cotas, analisa o sócio da Urca Capital Partners, Caio Braz.
A casa começou a negociar em março deste ano seu primeiro FII, um fundo indexado ao IGP-M e focado em certificados de recebíveis imobiliários (CRI) residenciais, cujas cotas tiveram a mesma média de valorização do mercado. Com esse bom desempenho, a Urca já prepara o lançamento de dois novos fundos para 2021.
As duas novas teses de investimento apostam na manutenção do apetite dos investidores pessoas físicas pelos ativos imobiliários, acentuando o movimento registrado no segundo semestre deste ano. E na demanda dos institucionais, incluindo EFPCs, por ativos que garantam maior previsibilidade na geração de renda a longo prazo, com recebíveis pré-estabelecidos e baixa volatilidade. Nessa linha, a gestora vai lançar um segundo fundo estruturado para CRIs e outro, que investirá em imóveis residenciais nos EUA.
Por conta do agravamento da pandemia, o ano será mais desafiador para alguns segmentos, como o de shoppings e o de hotelaria, acredita Braz. Além disso, a redução dos estímulos pelo governo deverá ampliar o impacto negativo do desemprego sobre o consumo das famílias, reduzindo a atratividade para grandes investimentos. “A vacinação contra a Covid não será suficiente para reverter essa situação”. Mas a pressão do juro baixo tende a continuar empurrando o investidor para o mercado imobiliário, o que sinaliza melhor desempenho das vendas de imóveis residenciais, acredita o gestor.