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Schroders defende aumento do limite de exterior da Resolução 4661

Daniel Celano1A Schroders, com R$ 23,5 bilhões sob gestão em dezembro passado segundo o ranking Top Asset, é mais uma gestora a defender o aumento do limite legal de investimentos no exterior dos fundos de pensão, hoje no máximo de 10% segundo a Resolução CMN 4.661. Para o diretor presidente da casa no Brasil, Daniel Celano, a expectativa é que esse teto seja elevado para 20%. “Há grandes fundações que já estão perto dos 10% e outras que ainda não têm nada investido lá fora, mas acreditamos que as alocações em exterior continuarão crescendo”, analisa Celano.
Enquanto a ampliação do limite legal para exterior não vem, a gestora busca melhorar a eficiência das alocações em renda variável combinando ativos locais com exterior. A estratégia, segundo Celano, reduz a volatilidade e aumenta o potencial de retorno. “É a maneira de fazer o jogo da eficiência e usar melhor o orçamento de risco da entidade. Não vejo um volume maciço de dinheiro entrando na renda variável sem que haja essa combinação”, diz o gestor. Com a vantagem adicional de abrir espaço para alocar mais em mercados globais à medida que não se enxergar um cenário de upside na bolsa doméstica.
Outra alternativa que tem crescido são as carteiras de multimercados estruturados que compram bolsa e querem fazer um mix de ativos Brasil com exterior, usando hedge cambial. A Schroders decidiu ampliar a oferta de mandatos para explorar melhor essa demanda, diz Celano. Ele avalia que os investidores institucionais finalmente começaram a enxergar de modo mais tangível o benefício da diversificação internacional. “A alta do juro doméstico não deverá mudar muita coisa nesse movimento a não ser que a Selic vá para 8% ou 10% ao ano”.
Em 2021, a Schroders estima dobrar o tamanho de sua gestão para entidades fechadas de previdência complementar, que eram de R$ 700 milhões no final do ano passado somando fundos de pensão e RPPS. Conta para isso com um time integrado, que olha o Brasil vis a vis outros emergentes. “São 12 profissionais nas mesas de renda variável, crédito e renda fixa no Brasil, além do time internacional, então estamos bem posicionados para fazer essa combinação”, acredita Celano. Ele adianta que a gestora deve receber mandatos exclusivos de pelo menos cinco entidades entre abril e o final de junho, o que traria mais R$ 400 milhões em mandatos globais para a gestora.