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Fundos de crédito esperam atrair de volta dinheiro que foi para FIIs

A proposta de reforma tributária que, caso seja aprovada, deverá impactar mais pesadamente os retornos dos fundos de investimento imobiliário (FIIs), poderá ter um efeito positivo para os fundos de crédito privado, acredita o novo head de crédito da Schroders, Daniel Palaia. “A proposta mantém a isenção para CRIs, CRAs e LCIs, o que significa que os ativos de crédito não serão afetados. Poderá haver, por outro lado, recursos fluindo para os fundos de crédito porque em 2020, quando a crise da pandemia provocou um forte movimento de resgates nestas carteiras, que perdurou por quase um ano e meio, a classe que mais recebeu esses recursos foi a dos FIIs, então agora o dinheiro poderá fluir de volta para o crédito”, avalia Palaia.
Esse tende a ser mais um fator de alta na captação, num cenário que já é considerado benéfico porque o novo ciclo de alta dos juros tem tornado os retornos de crédito privado cada vez mais atrativos e alguns desses fundos projetam ganhos de 8% a 10% nominais ao ano, observa o executivo. Ele lembra que essa atratividade já garantiu captação líquida positiva em torno de R$ 50 bilhões para a indústria de investimentos em crédito privado no primeiro semestre deste ano, graças à melhora registrada de maio para cá.
A Schroders pretende entrar no segmento de real estate mas com foco exclusivamente em oportunidades no exterior, por meio de um fundo de ações que será trazido ao Brasil no terceiro trimestre deste ano, explica o diretor comercial da casa, Fernando Cortez. “O objetivo é alavancar nosso expertise global e usar a divisão de real estate lá fora, com estratégias líquidas e ilíquidas. Será um fundo de ações focado em empresas do segmento imobiliário global”, diz Cortez. No mercado brasileiro, o apetite da Schroders por imóveis ficará restrito a ativos para lastrear fundos de crédito, mas isso ainda vai depender dos prêmios e do impacto tributário sobre o setor, explica Daniel Palaia.