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Captação líquida dos fundos bate recorde no 1º semestre

Os fundos de investimento bateram recorde de captação líquida no primeiro semestre deste ano, totalizando R$ 206 bilhões. O valor é o maior da série histórica da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que começou em 2002. O crescimento foi impulsionado pelos fundos de renda fixa e multimercados, que tiveram captação líquida de R$ 98,9 bilhões e R$ 81,4 bilhões, respectivamente, respondendo juntos por 87% do saldo do período.
"O recorde demonstra uma boa recuperação da indústria após a crise causada pela covid-19, que resultou em resgates abruptos em todos os produtos financeiros. Um ano depois, podemos ver, claramente, uma retomada consistente e perene do segmento de fundos", explica o diretor da Anbima, Pedro Rudge.
Apesar do bom desempenho dos fundos de ações e multimercados, a captação líquida dos fundos de ações foi 93,7% inferior à do primeiro semestre de 2020, representando R$ 3,2 bilhões contra R$ 50,4 bilhões no período anterior. A diferença pode ser explicada por um movimento concentrado de mercado: a amortização de um fundo de pensão com resgates líquidos de R$ 43,9 bilhões em janeiro.
Apesar da renda fixa ser um dos grandes destaques do semestre, o número de contas aponta uma maior diversificação por parte dos investidores. As contas representavam 35,4% da indústria em maio de 2021 contra 44,1% no mesmo período de 2020. Enquanto isso, a quantidade de contas dos multimercados e fundos imobiliários cresceu. Os multimercados passaram de 12,7% para 17,3% e os imobiliários de 12,3% para 18,8%.
"Os investidores continuam buscando por diversificação em seus portfólios. Mesmo com as leves altas da taxa Selic nos últimos meses, não houve movimento de retorno para a renda fixa. A diversificação segue, o que mostra que eles estão cada vez mais educados financeiramente", opina Pedro.
Um exemplo de diversificação são os fundos de investimento no exterior - aqueles que podem aplicar mais de 40% da carteira em ativos lá fora. O patrimônio líquido destes fundos cresceu 38,4% na comparação com o primeiro semestre de 2020, totalizando R$ 799,7 bilhões.
Os multimercados representam 78,9% deste montante, seguidos dos fundos de ações com 20,4% e dos de renda fixa com 0,7%. O número de contas que investem nestes fundos teve alta de 442,8% nos últimos 15 meses, saindo de 64,8 mil em março de 2020 para 352,1 mil em maio de 2021.
Rentabilidades - Os fundos multimercados proporcionaram os maiores retornos aos investidores no primeiro semestre: o tipo long and short neutro (monta posições compradas e vendidas no mercado de renda variável) teve rentabilidade acumulada em 5,3%, a maior no período. Também foram destaques o tipo balanceados (tem estratégia de alocação pré-determinada e compram diversas classes de ativos, incluindo cotas de fundos) com 4,2% de retorno, seguido do tipo macro (realiza operações de diversas classes de ativos com estratégia voltada para cenários de médio e longo prazos) com 2,5%.

Todos os tipos de fundos de ações fecharam o período no azul. A maioria deles superou o Ibovespa, que teve retorno de 8,8% no período. O destaque ficou para os small caps (carteiras com, no mínimo, 85% em ações de empresas não listadas entre as maiores participações do IBrX) com 14,9% de retorno acumulado. O tipo investimento no exterior (pode aplicar acima de 40% em ativos no exterior) fechou com 10,8%.
Na renda fixa, o tipo duração alta grau de investimento (aplica, no mínimo, 80% em títulos públicos ou ativos de baixo risco com prazos longos) teve rentabilidade acumulada de 6,5%. Os demais tiveram retornos entre 2,3% e 0,1%.