Mainnav

Fator Ore terá fundo com imóveis de fundações e novos Fiagros

João Antonio Lopes2FatorA Fator Ore, plataforma que resultou da compra de parte das linhas de negócios do grupo Ourinvest (securitizadora, gestora de recursos e uma fintech) pela Fator Capital, quer explorar sua gama de produtos de investimento imobiliário e de crédito para chegar ao final de 2023 com R$ 10 bilhões sob gestão, mais do que duplicando o volume atual de R$ 4,7 bilhões. A aposta é na expansão do volume de investimentos nos mercados imobiliário e de crédito em geral, com destaque para os ativos ligados ao financiamento de operações no setor agro.
Está no radar o patrimônio imobiliário que os fundos de pensão têm em carteira e que, por exigência legal, precisará ser desinvestido ou transferido para fundos de investimento imobiliário até 2030.
A gestora convidou algumas fundações e está desenhando um produto específico para abrigar parte desses imóveis, voltados especificamente ao segmento de renda urbana, explica João Antonio Lopes, presidente do Banco Fator. A ideia é lançar o novo fundo no início do próximo ano.
“Convidamos algumas fundações e estamos analisando os imóveis que elas têm em carteira, para selecionar os melhores em renda e remuneração. Elas podem desenvolver um produto triple A, com liquidez, e que atende à previsão legal. A ideia é criar um track record para esse fundo, que tenderá a ter suas cotas valorizadas à medida que o juro cair”, diz Lopes.
Poucos fundos de pensão entrarão nesse club deal num primeiro momento, para que numa segunda etapa seja feita a oferta pública do fundo. O custo de transferir imóveis para um fundo imobiliário, principalmente o do ITBI, é inevitável, mas em contrapartida as fundações teriam também simplificação operacional e diversificação de sua carteira, diz o presidente do Fator. “Além disso, é um bom ativo para se carregar porque pode oferecer retorno de IPCA mais 7% a 8%, conforme a média da rentabilidade dos fundos de tijolo do Ifix”, afirma.

Agro - Outra aposta relevante da casa é no setor agro. “Os fundos Fiagro são o produto da moda e vimos que a Ourinvest estava forte nesse setor, então identificamos a oportunidade de ter uma gama mais completa de produtos”, diz Lopes. Com o processo de integração com a Ourinvest 100% concluído, ele avalia que a aquisição foi “um upgrade enorme. Nós já tínhamos integração com eles no fundo Fator Veritá mas eles foram pioneiros no mercado imobiliário e, o mais importante, conseguimos trazer o time completo, incluindo o Bruce Philips, CEO da Ourinvest Real Estate”, afirma.
A gestora, que fez recentemente o seu primeiro IPO de Fiagro, quer dobrar o tamanho do fundo e também detecta demanda forte de empresas do agronegócio interessadas em montar seus próprios fundos de crédito nesse modelo. Com apenas R$ 100 milhões sob gestão em produtos agro por enquanto, a intenção é fazer escalar rapidamente esse volume. “Temos sido procurados por multinacionais e uma delas quer montar um fundo grande, de R$ 500 milhões, então fará todo sentido ter o investidor institucional nessa classe”, informa Rossano Nonino, sócio e diretor executivo da Fator Ore.
Estão em estruturação ainda um fundo de R$ 200 milhões, previsto para lançamento este ano - um FIDC Fiagro ligado a uma grande empresa de revenda -, além de uma fintech agro. Com a aquisição da Ourinvest, a casa agregou à sua grade de produtos um fundo de CRIs de R$ 320 milhões, que veio somar-se ao Fator Veritá, que tem R$ 1,3 bilhão, informa Nonino. Apenas em fundos listados, ele estima terem sido agregados entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões.