A alta do Ibovespa nas bolsas, pelo segundo dia consecutivo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 30/10, assim como o reconhecimento por instituições brasileiras e internacionais dos resultados eleitorais, contribuíram para reduzir bastante o ambiente de incertezas que vigorou antes das eleições. A incerteza só não sumiu por completo devido ao movimento de bolsonaristas mais radicais que ainda bloqueiam grande número de estradas federais e estaduais pelo País, protestando contra o resultado das urnas.
Apesar disso, o Ibovespa, principal índice da B3, fechou em alta de 0,76% nesta terça-feira (1/11) e alcançou 116.928,66 pontos. Na segunda-feira (31/11), o Ibovespa já havia subido 1,31%. Para o CIO da Galapagos Investment Solutions, Diego Condado, “a redução da incerteza trouxe os investidores para as bolsas. A incerteza era a maior dificuldade do investidor, mas a eleição ajudou a tirar um pouco isso do caminho porque não houve ruptura institucional", diz.
Segundo Condado, já há um maior nível de clareza para a tomada de decisões, uma vez que foram retiradas da frente as grandes indefinições do período pré-eleitoral. Além disso, ele lembra que no exterior há grande carinho pelo Brasil, que se mostra hoje como polo atrativo de recursos internacionais, tanto por ter sido pioneiro global no movimento de ajuste dos juros frente à inflação como também por estar se colocando, sob Lula, a favor de pautas de preservação ambiental.
Com a redução dos temores institucionais, a projeção é de que essa visão positiva do País amplie o fluxo de entrada de recursos internacionais a curto prazo, o que criará ambiente favorável à maior tomada de risco pelo investidor. “A renda variável já volta a ganhar atratividade e haverá boas oportunidades nessa classe, assim como na renda fixa mais ativa porque os mercados deverão antecipar a queda do juro mais longo”, avalia. A Galapagos tem R$ 5,5 bilhões em ativos sob gestão e foco em fundos de fundos exclusivos.
