A RJI, administradora do fundo Vanquish Pipa, publicou na última sexta-feira (2/2) um edital de convocação de assembléia dos cotistas do fundo para decidir pela substituição da gestora, a Vanquish Capital. A gestora foi descredenciada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em 19 de setembro do ano passado.
Para entender a história temos que voltar ao início de 2023, quando o fundo Select mudou de nome para Vanquish Pipa, e sua gestão passou da Infinity para a Vanquish Capital. A mudança ocorreu porque a Infinity tinha sido descredenciada pela Anbima ao final de 2022, acusada pela autarquia de praticar irregularidades em fundos, o que resultou na perda de mais da metade dos cotistas do Select e mais de 80% do seu valor patrimonial.
A nova gestora, entretanto, não foi aceita como credenciada da Anbima, pois seu quadro societário era formado pelas mesmas pessoas que compunham anteriormente o time de gestão da Infinity. Com base nisso, a Anbima descredenciou a nova gestora em setembro do ano passado, porém essa questionou a decisão e anunciou que recorreria judicialmente, mantendo-se desde então na gestão do fundo contra a vontade da RJI.
Explicitando a intenção de substituí-la, a RJI informa no edital de convocação da assembléia que há uma outra gestora interessada em fazer a gestão do Vanquish Pipa, citando a Aguila Capital, a qual apresenta como “uma instituição altamente capacitada para gerir fundos estressados”. Segundo a administradora, “até o momento, mesmo após entendimentos com diversas casas, (a Aguila) foi a única que apresentou proposta”. Mas o edital informa que a RJI receberá propostas de gestoras interessadas até 8 de fevereiro.
Na convocatória da assembléia, a RJI adverte aos cotistas que, caso sua proposta de substituição de gestora seja rejeitada e a Vanquish seja mantida na gestão, “será obrigada a renunciar à administração do fundo, em função das obrigações que a Anbima lhe impõe como associada”. Ela prossegue dizendo que, “a rigor nenhum outro administrador fiduciário detentor do “selo” Anbima poderá assumir a administração do fundo”.
Mais à frente esclarece que, sem administradores, “o fundo deverá ser liquidado, com a entrega para os cotistas de todos os seus ativos e passivos, na proporção das cotas que possuírem. Se isso ocorrer, os cotistas sucederão o fundo em todos os seus processos judiciais, que remontam a 92 (noventa e dois) atualmente”.
Isso só não aconteceria se o crédito decorrente das operações “box” da carteira do fundo for pago até 15 de fevereiro, conforme promete a Vanquish. “Se isso ocorrer, a presente convocação perderá seu objeto e a assembleia não se realizará, uma vez que nada restará a não ser encerrar o fundo, promovendo-se, inclusive, o pagamento do equivalente à proporção daquele crédito que cabe a cada cotista”.
