Os fundos de investimento registraram captação líquida de R$ 245,3 bilhões de janeiro a outubro de 2024. É o segundo melhor resultado nos últimos cinco anos, atrás somente de 2021, quando a captação atingiu a marca de R$ 427,5 bilhões no mesmo período, divulgou a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
A captação positiva foi impulsionada pelos fundos de renda fixa, com entradas líquidas de R$ 312,4 bilhões no período. O destaque foram os fundos de renda fixa de crédito privado, com saldos positivos de R$ 292,5 bilhões.
"A renda fixa tem sido o principal motor da recuperação da indústria de fundos em 2024, e esse movimento tende a continuar diante da perspectiva que a Selic possa chegar a 11,75% até o fim do ano”, afirma o sócio da Leblon Equities e diretor da Anbima, Pedro Rudge.
No caminho inverso, os multimercados amargaram resgates líquidos de R$ 235,6 bilhões de janeiro a outubro. Paralelamente, o número de multimercados também caiu nos últimos 12 meses, passando de 13.845 para 12.476, uma queda de 9,9%.
"Os multimercados continuam sofrendo resgates significativos e, nesse cenário, é natural que as gestoras revisem suas estratégias e a decisão de manter esses fundos em suas prateleiras. A redução no número de multimercados também pode ser explicada pelo movimento de transformação desses fundos em outros tipos após a edição da Lei 14.754, que alterou a tributação dos fundos fechados", afirma Rudge.
Já os fundos de ações exibem captação líquida de R$ 379 milhões nos dez primeiros meses do ano. Nos últimos doze meses, o PL dessa categoria cresceu 22,9% e o número de fundos, 11,2%.
Rentabilidade - Na renda fixa, os fundos do tipo duração baixa crédito livre (que podem manter mais de 20% de seus investimentos em títulos de médio e alto risco de crédito), tiveram rentabilidade de 9,81% no ano até outubro, superando a taxa DI do período, de 8,94%.
Entre os multimercados, o maior retorno foi obtido pelos fundos de investimento no exterior (que alocam mais de 40% do patrimônio líquido em ativos financeiros fora do país), com rentabilidade de 9,36% entre janeiro e outubro deste ano.
Os fundos de ações investimento no exterior também se destacaram, com retorno de 5,94% nos primeiros 10 meses do ano, acima do Ibovespa, que desvalorizou 2,24%.