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Economistas da Anbima projetam taxa Selic em 2,5% no final do ano

fernando honorato1O cenário de crise, desencadeado pela pandemia de Covid-19, tem estimulado a manutenção da trajetória de queda da Selic, que deve encerrar o ano a 2,5%. As projeções são dos economistas do Grupo Consultivo Macroeconômico, que representam as instituições associadas à Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Segundo o grupo, um dos fatores que contribui para as quedas da Selic é a inflação abaixo da meta do Banco Central, de 4%. As estimativas, que em janeiro estavam em 3,2%, caíram para 2,1%. “A inflação controlada permite que o Banco Central reduza os juros, amparado pelo regime de metas de inflação”, afirma Fernando Honorato, presidente do grupo e economista-chefe do Bradesco.
Quanto à atividade econômica, os impactos da pandemia na economia global e doméstica fizeram com que os economistas revisassem para baixo as projeções. Em março, as expectativas eram de que o produto interno bruto (PIB) atingisse 1,5% no ano. Hoje, a média das projeções aponta resultado negativo de 4%. "Caso o resultado se concretize, será uma das maiores contrações da história do país", diz Honorato.
Para a política fiscal, o GCM aponta que o aumento dos gastos públicos, por conta da pandemia, tem impactado diretamente no resultado primário. As projeções são de déficit primário de 8,1% do PIB no fim de 2020, 6,49 pontos percentuais a mais do que as estimativas em março.O cenário de crise global, aliado às dúvidas sobre o tempo de duração da pandemia, ao fortalecimento do dólar e às incertezas da economia e da política local, tem se materializado na piora do câmbio, de acordo com o grupo de economistas. Se no começo de 2020 a projeção para o dólar no encerramento do ano era de R$ 4,10, agora a mediana das estimativas é de R$ 5,00.