O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu, nesta quarta-feira (06/05), a taxa básica de juros da economia de 3,75% para 3% ao ano. A decisão foi unanime. Esta foi a sétima redução consecutiva.
Comunicado divulgado pelo comitê explica que “neste momento a conjuntura econômica prescreve estímulo monetário extraordinariamente elevado”. Ainda de acordo com o Copom, "para a próxima reunião, condicional ao cenário fiscal e à conjuntura econômica, o Comitê considera um último ajuste, não maior do que o atual, para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da Covid-19", afirma o Copom.
O comitê ressalva, no entanto, que “novas informações sobre os efeitos da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal, serão essenciais para definir seus próximos passos”.
Na opinião do ex-diretor de política monetária do Banco Central e sócio da gestora Panambi, Reinaldo Le Grazie, “o cenário de recessão e inflação abaixo da meta para 2020, 2021 e 2022, permite o corte de juros. Além disso, as condições financeiras melhoraram, aumentando a segurança para esse movimento”. Segundo o ex-BC, a combinação “de redução da taxa de juros com medidas de liquidez e estímulo fiscal, ajudarão no processo de recuperação da atividade no segundo semestre”.
Para o diretor executivo da Votorantim Asset, Alcindo Canto, o corte dos juros para 3% “nos parece uma decisão acertada, apesar de reconhecermos a pressão no câmbio, mas é um risco que vale a pena correr”. Ainda de acordo com o executivo “a BV Asset entende que, com o Banco Central dos EUA (FED) sinalizando que não haverá aumentos dos juros lá fora e o cenário doméstico no Brasil apontando para atividade fraca, inflação controlada e desemprego em alta, a redução da Selic é oportuna”.
Segundo o CEO da Garde Asset, Marcelo Giufrida, a decisão do Copom é “oportuna”. Para o executivo, “todos os cenários apontam para inflação abaixo da meta em 2020 e 2021. Foi prudente reduzir paulatinamente”.
A decisão do Copom foi tomada em um ambiente de forte queda do nível de atividade da economia mundial e local, em razão da pandemia do novo coronavírus, o que tem reduzido os índices de inflação.
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