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Recomendações da TCFD dirigem-se ao mercado financeiro e de investimentos

Foram lançadas ontem no Brasil (12/05) as recomendações da Força-Tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas às Mudanças Climáticas (TCFD), elaboradas pelo Financial Stability Board (FSB). A iniciativa visa reunir grandes grupos e organizações empresariais em torno de pilares de governança, estratégia, risco climático e disclosure de informações e conta com o apoio do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e da Febraban.
A proposta é estimular as empresas, bancos e seguradoras com atuação no Brasil a aderir e implementar as recomendações, de maneira a indicar para o mercado como os riscos climáticos podem afetar seus negócios. O CEBDS, que tem 60 grandes empresas associadas, vem trabalhando há mais de um ano na aproximação dos grandes grupos empresariais desse tema. Das 1.200 instituições que já seguem o TCFD no mundo, apenas 20 atuam no Brasil.
“O grande ganho da TCFD é que o risco climático sai da agenda da sustentabilidade e vai para a agenda do setor financeiro, dos investidores. Eu entendo que essa agenda, em conjunto com a da precificação do carbono, é fundamental para a retomada da economia em novas bases”, afirmou Marina Grossi, presidente do CEBDS, durante o webinar de lançamento, que contou com a participação de executivos e especialistas.
Os riscos climáticos figuram hoje no Top 5 dos mais impactantes identificados pelo Fórum Econômico Mundial, com potencial de alto impacto para a estabilidade do sistema financeiro global. O entendimento é que o risco climático é um problema mais sério do que atentado terrorista, que tem impacto imenso, mas é pontual. O risco climático é global e afeta todas as economias ao mesmo tempo. “As consequências dos riscos climáticos podem ser mais catastróficas que as da pandemia da Covid-19”, alertou Denise Pavarina, vice-presidente da TCFD na América Latina.