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Mourão se compromete com metas semestrais contra o desmatamento

hamilton mourao1Em reunião por videoconferência ocorrida nesta sexta-feira (10/07) com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, um grupo de representantes do setor empresarial brasileiro criticou o processo de desmatamento ilegal e de queimadas na Amazônia. O grupo apresentou a proposta de maior participação do Conselho Nacional da Amazônia em políticas que induzam a uma retomada verde da economia, para um cenário de baixo carbono, ressaltando ao vice-presidente que o desmatamento ilegal prejudica os negócios.
O vice-presidente Mourão, que também preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, afirmou que a reunião abre um canal de diálogo entre o governo e o setor privado e que está 100% alinhado com as propostas levadas a ele pelos empresários. Ele comprometeu-se a assumir e anunciar metas semestrais contra o desmatamento, queimadas e grilagem.
Participaram da reunião Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS); Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag); José Carlos Fonseca, diretor executivo da Indústria Brasileira da Árvore (Ibá); João Paulo, CEO América Latina da Natura; Water Schalka, CEO da Suzano; André Araujo, CEO da Shell; Paulo Sousa, CEO da Cargill; Marcos Antonio Molina dos Santos, presidente do Conselho de Administração da Marfrig; Candido Botelho Bracher, CEO do Itaú; e Luiz Eduardo Osorio, diretor-executivo de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade da Vale.

Potencial de negócios – Estudo publicado no ano passado pela revista Perspectives in Ecology and Conservation e endossado por mais de 407 cientistas brasileiros, de 79 instituições de pesquisa, aponta que os 270 milhões de hectares de vegetação nativa preservados na Amazônia em propriedades rurais - entre áreas desprotegidas e de Reserva Legal - rendem ao Brasil R$ 6 trilhões ao ano em serviços ecossistêmicos, como polinização, controle de pragas, segurança hídrica, produção de chuvas e qualidade do solo.
Relatório da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos sobre restauração de paisagens aponta que um hectare de floresta em pé na Amazônia, por exemplo, gera em média R$ 3,5 mil por ano e no cerrado em torno de R$ 2,3 mil por ano. Em sistemas agroflorestais esse rendimento pode chegar a mais de R$ 12 mil anuais. Já o mesmo hectare desmatado para a pecuária daria um lucro de R$ 60 a R$ 100 por ano. Se usado para soja, o valor seria de R$ 500 a R$ 1 mil por ano.