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Déficit das EFPCs chegou a R$ 53 bilhões em março, indica Previc

REPA Previc apresentou hoje (13/07) seu Relatório de Estabilidade da Previdência Complementar (REP), com um balanço dos principais eventos que afetaram a vida das Entidades de Previdência Complementar (EFPC) durante o ano de 2019. Embora o foco da publicação seja um balanço  de 2019, o documento analisa também os efeitos da crise do coronavirus, iniciados no mundo ao final do ano passado e no Brasil no primeiro trimestre deste ano, sobre as EFPCs.
Segundo o documento da Previc, a solvência do sistema de fundos de pensão vinha evoluindo positivamente nos últimos anos, com superávits e déficits praticamente equivalentes ao final do ano passado, e inclusive uma pequena vantagem positiva para o superávit, mas com a queda das atividades econômicas e a desvalorização dos ativos financeiros no Brasil e no mundo, em consequência da Covid-19, o quadro mudou rapidamente. “A abrupta deterioração no valor de mercado dos ativos resultou em déficit líquido consolidado de R$ 53,4 bilhões em março de 2020”, diz o documento da Previc.
No final do ano passado, o sistema registrava quase um equilíbrio entre superávits de 26 bilhões e déficit cerca de R$ 400 milhões abaixo disso. Em 2018 os déficits eram superiores, somando R$ 31 bilhões contra superávits de 29 bilhões; em 2017 os déficits somavam R$ 39 bilhões para superávits de 29 bilhões. Segundo o REP, apesar do aumento do déficit em março deste ano, “o sistema mostrou bastante resiliência, mantendo o regular funcionamento e com liquidez suficiente para honrar seus compromissos”.
O REP assinala que os fundos de pensão dos países membros da OCDE registraram queda de 8% no valor de seus ativos em consequência da crise do Covid-19, passando de US$ 32,3 trilhões ao final de 2019 para US$ 29,8 trilhões no encerramento do primeiro trimestre de 2020. As EFPCs brasileiras também foram afetadas, mas o relatório não apresenta um valor ao qual teriam caido após terem atingido cerca de R$ 1 trilhão ao final de 2019, com crescimento de 10% em relação a 2018.
O estudo ressalta que, com a crise do Covid-19, “houve se forte deterioração no preço das ações em março, com queda acentuada do Ibovespa, e aumento do câmbio pela percepção de maior risco Brasil”. Na sequência, o REP avalia que “a percepção é que o pior da crise foi ultrapassado. Assim, mantida a recuperação econômica sem novas surpresas, a expectativa é de um retorno à normalidade e ao patamar de crescimento pré-crise”.
Ao final de 2019 os fundos de pensão brasileiros tinham 21% das reservas alocadas em bolsa, mas deve-se ressaltar que uma EFPC sozinha (Previ), detém aproximadamente 50% do total investido em renda variável. Em 2018 o total alocado em ações era de 19%. Títulos públicos representavam 53% das reservas ao final de 2019, contra 55% ao final de 2018. Se for considerada a somatória das aplicações em títulos públicos com as operações compromissadas, que são também lastreadas em títulos públicos de emissão federal, era 60% no final do ano passado contra 64% em 2018. Titulos privados eram 6% em 2019 contra 7% em 2018 e cotas de fundos eram 7% em 2019 contra 4% em 2018.

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