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Anbima revisa de 2% para 2,8% projeção do IPCA em 2020

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano na casa de 2,8%, 0,8 ponto percentual acima da estimativa traçada, desde abril, pelos economistas que representam as instituições filiadas à Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima ) no Grupo Consultivo Macroeconômico. A projeção, 1,2 ponto abaixo da meta do Banco Central, subiu após uma conjunção de fatores, como a recomposição das margens de lucro, a alta nos preços dos alimentos e das commodities e os desalinhamentos pontuais entre demanda e oferta que surgiram com a pandemia de Covid-19.
A perspectiva do quadro inflacionário, especialmente para o próximo ano, não foi consenso entre os economistas do gupo. Mesmo com a mediana do IPCA de 2021 se mantendo em 3%, a mesma apurada em setembro, alguns analistas avaliam que aumentou a possibilidade de aceleração inflacionária nos próximos meses – algumas casas preveem IPCA acumulado em 12 meses entre 4% e 5% já em meados do ano que vem. Entretanto, outra parte dos analistas acredita que a ociosidade relevante na economia reduz a possibilidade de haver cenário inflacionário dessa magnitude, lembrando que o fim dos estímulos fiscais a partir de dezembro reforça esse argumento.
Para a Selic, o grupo da Anbima manteve a estimativa de 2% até o fim de 2020. Em relação à atividade doméstica, os economistas apontaram uma trajetória de recuperação gradual e revisaram a taxa de queda do PIB de 5% (apontada na reunião anterior) para 4,8%. Já a projeção da taxa de câmbio para o fim deste ano subiu de R$ 5,21 para R$ 5,40. O salto, se concretizado, corresponderá a uma desvalorização anual de 34% do real.