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Confirmando as expectativas do mercado, Copom mantém Selic em 2%

banco central1O Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central (BC), decidiu hoje (09/12) por unanimidade, manter inalterada a taxa básica de juros, a Selic, em 2% ao ano. A reunião começou ontem, com apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro, e continuou hoje com os integrantes do órgão decidindo a taxa que vai vigorar pelos próximos 45 dias.
Foi ressaltado nas análises do Copom, em relação à atividade econômica brasileira, que “indicadores recentes sugerem a continuidade da recuperação desigual entre setores, em linha com o esperado. Contudo, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais”.
Ainda segundo as análises, “as últimas leituras de inflação foram acima do esperado e, em dezembro, apesar do arrefecimento previsto para os preços dos alimentos, a inflação ainda deve se mostrar elevada. O Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários”.
O Comitê ressalta, em seu cenário básico para a inflação, que “permanecem fatores de risco em ambas as direções. Por um lado, o nível de ociosidade pode produzir trajetória de inflação abaixo do esperado, notadamente no setor de serviços (...) Por outro lado, um prolongamento das políticas fiscais de resposta à pandemia que piore a trajetória fiscal do país, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco”.
Segundo o Copom, o forward guidance adotado em sua 232ª reunião é adequado. “Desde a adoção do forward guidance, observou-se uma reversão da tendência de queda das expectativas de inflação em relação às metas para o horizonte relevante. Além disso, ao longo dos próximos meses, o ano-calendário de 2021 perderá relevância em detrimento ao de 2022, que está com projeções e expectativas de inflação em torno da meta. A manutenção desse cenário de convergência da inflação sugere que, em breve, as condições para a manutenção do forward guidance podem não mais ser satisfeitas, o que não implica mecanicamente uma elevação da taxa de juros pois a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo extraordinariamente elevado frente às incertezas quanto à evolução da atividade. No cenário de retirada do forward guidance, a condução da política monetária seguirá o receituário do regime de metas para a inflação, baseado na análise da inflação prospectiva e de seu balanço de riscos”.