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Copom eleva taxa Selic para 10,75% ao ano, atingindo dois dígitos

Copom1.jpgEm linha com as expectativas do mercado o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros em 1,50 pontos percentuais na reunião encerrada nesta quarta-feira (02/02), passando de 9,25% para 10,75% ao ano. É a primeira vez desde julho de 2017, quando a taxa também estava em 10,25%, que a marca de dois dígitos foi alcançada.
Esse foi o oitavo reajuste consecutivo na taxa Selic. De março a junho do ano passado o Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 pp a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, o reajuste passou para 1,5 pp nas três últimas reuniões.
Em comunicado, o Copom indicou que continuará a elevar os juros básicos até que a inflação esteja controlada no médio prazo. O órgão, no entanto, informou que reduzirá o ritmo das altas da taxa Selic nas próximas reuniões, porque a economia ainda está sentindo o impacto dos aumentos anteriores.
“Em relação aos seus próximos passos, o Comitê antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros. Essa sinalização reflete o estágio do ciclo de aperto, cujos efeitos cumulativos se manifestarão ao longo do horizonte relevante”, destacou a nota do Copom.
Para o CFO do Banco Bari, Evaldo Perussolo, a Selic já está próxima do teto em que poderá ser elevada para conter a inflação. “Algumas boas notícias começam a surgir no cenário macroeconômico, como a apreciação do real frente ao dólar, o que pode ajudar a aliviar a alta de preços, principalmente de alimentos”, diz.
Segundo Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, “a grande alteração do comunicado é o parágrafo descrevendo que o Copom entende que a postura mais adequada, neste momento, é a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros. Em nossa visão, o trecho demonstra que o Copom deve finalizar o ciclo na reunião de março e optar por observar os efeitos da forte elevação da taxa Selic dos últimos meses”.
O economista-chefe da Messen Investimentos, Gustavo Bertotti, considera que a decisão do Copom “foi correta do ponto de vista da política monetária contracionista adotada pelo Banco Central (BC) e em linha com precificação do mercado”.