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Copom aumenta Selic em 1 ponto percentual, para 11,75% ao ano

banco central1O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (16/03), por unanimidade, elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 10,75% para 11,75% ao ano. A decisão vem em linha com o que a ata da reunião passada do Copom tinha delineado, a continuidade da elevação da taxa Selic mas de forma mais suave.
Com a subida de um ponto percentual a Selic alcança o maior nível desde abril de 2017, quando estava em 12,25% ao ano. Esse foi o nono reajuste consecutivo na taxa de juros, que começou a subir em março de 2021. A taxa subiu 0,75 ponto percentual nas reuniões de março, maio e junho do ano passado, depois 1 ponto percentual nas reuniões de agosto e setembro e 1,5 ponto percentual nas reuniões de outubro, dezembro e janeiro deste ano. A alta de um ponto percentual na reunião de hoje mostra que não existe por parte d BC o temor, no momento, de perder o controle da inflação.
Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 10,54% no acumulado de 12 meses, no maior nível para o mês desde 2015, pressionado pelos combustíveis e pelos aumentos de início de ano nas despesas de educação. O valor está muito acima do teto da meta de inflação, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,5% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não pode superar 5% neste ano nem ficar abaixo de 2%.
As previsões do mercado são mais pessimistas. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano de 2022 em 5,38%. A projeção foi elevada após o aumento recente dos combustíveis.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão do Copom de reduzir o ritmo de aumento da Selic para 1 ponto percentual foi acertada. De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a elevada incerteza no cenário internacional e o enfraquecimento da atividade econômica pedem cautela e redução do ritmo de elevação da taxa de juros.
“Um ritmo menor no aperto da política monetária compromete menos a recuperação da economia. O momento é de cautela. Além disso, a taxa de juros definida é suficiente para dar continuidade à trajetória esperada de queda da inflação até o final deste ano”, explica o presidente da CNI.
A CNI avalia que há dois fatores adicionais que vão ajudar a conter a inflação: a valorização do real em relação ao dólar e a recente redução nas alíquotas do IPI, que deve reduzir, ou pelo menos desacelerar, os preços dos produtos industriais.