Mainnav

Lupi critica reforma da previdência e anuncia 1º escalão da pasta

Carlos LupiO novo ministro da Previdência, Carlos Lupi, tomou posse nesta terça-feira (3/1) prometendo em seu primeiro discurso como titular da pasta que vai formar uma comissão quadripatite, com representantes de trabalhadores, empresários, aposentados e governo, para rediscutir a Reforma da Previdência. A reforma foi aprovada na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2019. “Vamos rediscutir com profundidade o que foi essa antirreforma da previdência”, disse Lupi.
Vindo dos quadros do PDT, partido que ajudou a fundar há mais de trinta anos junto com Leonel Bizola e do qual é presidente atualmente, Lupi aproveitou o discurso de posse para anunciar a nomeação do deputado federal pernambucano Wolney Queiroz (PDT) como o novo secretário executivo do Ministério da Previdência. "Um amigo de luta e de militância de 35 anos no PDT", disse Lupi. “Eu convidei e ele aceitou”.
O novo ministro negou que a Previdência seja deficitária. “A Previdência não é deficitária, como muitos dizem”, afirmou. Segundo ele, o que acontece é que a pasta tem assumido responsabilidades por pagamentos que não deveriam ser dela, como é o caso do pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Criado pela Constituinte de 1988 para garantir o pagamento de um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade, o benefício deveria estar no Orçamento da União e não nas contas da Previdência. “Colocaram na previdência para fizer que ela é deficitária, mas precisamos deixar claro que não é”, afirmou.
Lupi explicou ainda que pretende dar mais transparência aos números da pasta, divulgando mensalmente o número de beneficiários, de aposentados e inclusive os recursos empregados nesses pagamentos. “Queremos transparência total aos números da previdência”, disse o novo ministro. “Vamos fazer como fizemos com o Caged (o cadastro de empregados e desempregados)”, disse ele referindo-se à divulgação mensal dos números desse indicador na época em que foi ministro do Trabalho do segundo governo de Lula, cargo no qual foi mantido no primeiro mandato de Dilma Roussef.