A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira (27/6) pelo Banco Central, deixa uma porta aberta para iniciar a redução da taxa básica de juros, a Selic, a partir de agosto. Segundo o a ata, “a avaliação predominante (é de que ...) a continuação do processo desinflacionário (pode permitir...) iniciar um processo parcimonioso de inflexão a partir da próxima reunião”. A próxima reunião do Copom será nos dias 1º e 2 de agosto.
Na última reunião do Copom, ocorrida nos dias 20 e 21 últimos, os diretores do Banco Central decidiram por unanimidade manter os juros em 13,75% ao ano, mostrando uma coesão bem maior do que a presente na ata do órgão, que aponta a possibilidade de uma queda dos juros já em agosto apenas como uma “avaliação predominante”.
A ata informa ainda que os membros do comitê reafirmaram de forma unânime que os passos futuros da política monetária dependerão de fatores relativos à evolução, expectativas e projeções da inflação. A ata aponta que a conjuntura atual é caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, sendo necessário manter “cautela e parcimônia” na busca do cumprimento das metas.
Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, elogiaram o fato da ata do Copom acenar com a possibilidade de corte nos juros já em agosto. “O fato de que há uma sinalização clara de boa parte da diretoria [do BC] de que os efeitos das taxas de juros elevadas produziram seus resultados e que o risco fiscal está afastado, (isso) é o mais importante”, declarou Haddad.
Ainda de acordo com Haddad, a ata do Copom indica que grande parte da diretoria do BC reconhece os esforços da equipe econômica e há um consenso de que a taxa Selic em 13,75% desde agosto do ano passado já atingiu o pico e "começará a cair no segundo semestre".
Já a ministra Tebet afirmou que a ata está num tom mais “realista” do que o comunicado emitido logo após a decisão do Copom, na última quarta-feira. “A ata veio mostrando que há uma sinalização para queda de juros a partir de agosto. Se olharem na ata, a divergência de alguns votos mostra que eles já reconhecem o trabalho da equipe econômica. Não estamos plantando só sementes, estamos plantando credibilidade, segurança jurídica, previsibilidade para o Brasil. E a ata vem reconhecendo isso”, disse Tebet.
