O Comitê de PolÃtica Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira, por unanimidade, aumentar a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano. A decisão já era esperada pelo mercado financeiro. É o terceiro aumento consecutivo da Selic, que subiu 0,25 pp em setembro, 0,50pp em outubro e novamente 0,50 pp na reunião encerrada hoje.
O comunicado do Copom diz que “o ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensÃveis à atividade econômica e à polÃtica monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscosâ€.
A avaliação do comitê é que “uma polÃtica fiscal crÃvel e comprometida com a sustentabilidade da dÃvida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a polÃtica monetáriaâ€.
O Copom aponta que “há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflaçãoâ€. Entre os riscos de alta da inflação o balanço de riscos aponta: (i) uma desancoragem das expectativas de inflação por perÃodo mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e (iii) uma conjunção de polÃticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada. Já entre os riscos de baixa cita: (i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e (ii) os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
O cenário externo também é fonte de preocupação. O Copom diz que “o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalhoâ€.