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CVM absolve Joesley e Wesley Batista da acusação de insider trading

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) formou maioria para absolver, nesta segunda-feira (29), os empresários Joesley e Wesley Batista da acusação de insider trading, o uso de informação privilegiada para operar no mercado financeiro. O processo foi aberto em 2017, para investigar se os empresários haviam realizado operações no mercado financeiro antecipando eventuais reflexos que a divulgação de seus acordos viriam a ter.
A votação não foi concluída porque a diretora Flávia Perlingeiro pediu vistas dos processos, devendo apresentar o voto faltante em até 60 dias. Os demais diretores votaram pela absolvição do insider trading nos três processos. Foi a acusação de prática desse crime que manteve os dois empresários presos, preventivamente, por seis meses entre 2017 e 2018.
O diretor da CVM e relator do processo, Otto Lobo, destacou em seu voto que ficou demonstrado de forma satisfatória pela defesa que os executivos não podiam prever que seus acordos de colaboração seriam homologados, muito menos que seriam vazados para a mídia e, consequentemente, qual seria o impacto deles sobre o mercado. O diretor João Accioly, que acompanhou o voto do relator, fez críticas contundentes às acusações, classificando como “falácia” apontar que seria viável aos executivos prever o comportamento do mercado e as consequências das operações, considerando um vazamento que claramente desconheciam. Também o presidente da autarquia, João Pedro do Nascimento, e o diretor Alexandre Rangel inocentaram Joesley e Wesley Batista da acusação de insider trading.