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Mercado crava corte de 0,50 pp na Selic, para 12,25% ao ano

jurosComeça amanhã (31/10) e vai até quarta-feira (1º/11) a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que decidirá o próximo corte da taxa básica de juros, a Selic. A expectativa do mercado é que, na quarta, ao final da reunião, o BC anuncie um corte de 0,50 ponto percentual na Selic, com a taxa descendo dos atuais 12,75% para 12,25% ao ano.
Para o estrategista-chefe da corretora Warren Rena, Sérgio Goldenstein, “esperamos que o Copom reduza a meta Selic em 0,50 p.p. para 12,25%, em linha com o sinalizado na reunião anterior e a visão consensual do mercado”. Ainda segundo ele, “consideramos como mais provável que o comunicado repita a mensagem de que os membros do Comitê anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário, colocando uma barra alta tanto para aceleração quanto para a desaceleração do ritmo de ajuste”.
Também a Bloomberg Economics aposta nessa direção. Comunicado divulgado pela casa e assinado pelos economistas Felipe Hernandez e Adriana Dupita, diz ver “o BCB manter o seu plano de outro corte de 50 pontos base na sua reunião de novembro. Isso levaria a taxa diretora para 12,25%, 150 pontos base abaixo do nível antes do ciclo de flexibilização que começou em agosto”.
Ainda de acordo com o comunicado da Bloomberg Economics, “apesar dos cortes, a política monetária continua muito restritiva. A taxa diretora real ex-ante (a taxa diretora ajustada pela previsão consensual para a inflação com 12 meses de antecedência) cairia para 8%, bem acima dos 4,5% que o BCB assume como neutros”. Segundo a casa, “o BCB poderá reconhecer um ambiente global mais arriscado devido ao conflito no Médio Oriente e ao aumento dos rendimentos do Tesouro dos EUA. Isso pode parecer relativamente agressivo, mas não achamos que impediria o BCB de reduzir as taxas nas próximas reuniões”.
A análise da XP enfatiza que ferramentas de pesquisa “indicam uma probabilidade de mais de 80% de corte de 0,50 p.p. na Selic”. O relatório da casa, assinado pela head de renda fixa, Camilla Dolle, e pelas analistas de renda fixa, Mayara Rodrigues e Natalia Moura, avaliam que caso esse cenário de corte de 0,50 p.p. na Selic se concretize, “esperamos movimento brando na curva de juros, uma vez que já é esperado por grande parte dos agentes de mercado. Sendo assim, uma movimentação seria resultado de correção da parcela daqueles que esperavam corte maior ou menor”.
Ainda de acordo com o texto da XP, “o que poderia trazer maior impacto seria um comunicado do Banco Central mais contundente em relação às perspectivas fiscais e mudanças relevantes nas projeções de IPCA”. Elas ressaltam que, “no entanto não esperamos essas sinalizações”.