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Com R$ 4 bi de estrangeiros, Ibovespa sobe 1,36% e bate recorde

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em alta de 1,36% nesta sexta-feira (19/8), atingindo 135.777,98 pontos e estabelecendo um novo recorde de fechamento. O índice já acumula uma valorização de 6,37% no mês e de 1,19% no ano. Contribuíram para essa alta tanto fatores globais, como a expectativa de corte nos juros norte-americanos já em setembro, como também locais, como a fala do diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicando que o Copom não será leniente com sinais de alta da inflação.
As expectativas de que o Federal Reserve (Fed) possa reduzir as taxas de juros norte-americana já na próxima reunião de setembro têm empurrado investidores estrangeiros para ativos de risco de países emergentes, entre eles o Brasil. Entre as bolsas de emergentes, a brasileira é uma das mais atrativas, com papéis de boas companhias sendo negociados a preços bem abaixo de seus níveis históricos e também de seus pares globais.
Segundo uma gestora global, já entraram cerca de R$ 4 bilhões em recursos de investidores estrangeiros no mercado local, apenas no mês de agosto. Além dos papéis na bolsa estarem baratos, os resultados das empresas brasileiras no 2º trimestre vieram melhores do que o esperado, aumentando o apetite dos investidores gringos, explica a gestora.
Para o gestor de renda variável da Fator Gestão, Fernando Tendolini, a tendência é que os ativos brasileiros mantenham a trajetória de alta, tanto em consequência do “afastamento do cenário global de recessão como também do dólar mais fraco”. Segundo ele, apesar do Ibovespa aos 135 mil pontos representar um recorde nominal, está longe de ser um limite. “Por qualquer métrica que se meça o Ibovespa, seja pelo dólar, pela correção da inflação ou mesmo pelo custo de CDI, não estamos no limite e tem muito mais espaço para subir”, afirma.
O gestor de renda variável da Perfin, Alexandre Sabanai, avalia que além da perspectiva da queda dos juros norte-americanos em setembro estarem empurrando os investidores globais para ativos de risco nos países emergentes, há também um fator interno que vem ajudando na alta do Ibovespa: as manifestações de diversas autoridades do governo mostrando que não serão lenientes com a inflação e que, se para contê-la for necessário elevar a taxa de juros, isso será feito.
“Foram diferentes mensagens indicando um tom mais duro dos membros do Copom, inclusive a fala de hoje do Gabriel Galípolo indicando um possível cenário de alta dos juros”, afirmou Sabanai. “O mercado gostou do que ouviu”, explicou.