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CVM multa em R$ 500 mil ex-operador do Credit Suisse que se passava pela avó

Em julgamento realizado na última terça-feira (22/05), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou em R$ 500 mil o ex-operador do Credit Suisse USA Luiz Gustavo Mori por ter atuado de forma não equitativa no mercado, entre junho de 2012 e abril de 2014, por intermédio de três "laranjas", entre os quais a sua própria avó, Mituco Haga. Mori, que é brasileiro e trabalhava na mesa de operações voltada aos mercados latino-americanos, em Nova York, se antecipava à execução de grandes ordens de compra e venda de clientes da subsidiária do Credit Suisse nos Estados Unidos para auferir lucros indevidos em negócios de day-trade, que eram creditados a terceiros, para não chamar a atenção.
De início, entre 2012 e março de 2013, Mori se valia do nome da avó, que à época tinha 92 anos. A seguir, a partir de maio de 2013, ele passou a utilizar como testas de ferro outro parente, Rafael Spinardi Marques, e uma empresa deste, a Catarsis Investimentos e Participações, que receberam multas de R$ 250 mil da CVM por terem recebido comissões pelas transações irregulares.
No total, segundo levantamento realizado pela autarquia federal, os lucros alcançados por Mori por meio de seus "laranjas" somou R$ 1,8 milhão. No entanto, como não foi possível apurar com precisão os ganhos decorrentes de ordens de compra e venda disparadas pouco antes de grandes operações de clientes do Credit Suisse USA, a diretora Flávia Sant´Anna Perlingeiro, relatora do processo administrativo sancionador, decidiu não aplicar as multas com base em um múltiplo do valor atualizado da vantagem econômica indevidamente obtida.